Para
responder esta pergunta que da título a este texto, temos que retornar na linha
do tempo e definir alguns conceitos.
Inicialmente,
o termo Terceiro Setor é de origem americana - Third Sector - muito utilizado
neste país e por nós adotado com o mesmo nome e conceito. É formado por
associações e entidades sem fins lucrativos.
A
sociedade civil é dividida e classificada sociologicamente em três setores: o primeiro setor é formado pelo governo, o
segundo pelas empresas privadas, e o terceiro setor são as associações sem fins
lucrativos. O terceiro setor contribui para atender locais e situações onde o
Estado não conseguiu atingir, executando ações solidárias. A origem deste
movimento é imprecisa, mas parece que remonta ao início de nossa civilização,
no século XVI.
"A
Santa Casa de Misericórdia de Santos, criada em 1543, talvez seja a primeira
instituição do Terceiro Setor de que se tem registro no Brasil" (REVISTA
BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO, 2002, p. 30). A evolução histórica deste setor em
nosso país é apresentada por Carvalho, em sua tese de Mestrado ( CARVALHO,
Débora Nacif de. Gestão e Sustentabilidade: um estudo multicasos em ONGs
ambientalistas em Minas Gerais. BeloHorizonte, 2006. 157 f. Universidade Federal de Minas Gerais, 2006). Descreve quatro momentos relevantes. O
primeiro situa-se da colonização até meados do século passado, com ações de
assistência social, saúde e educação realizadas especialmente pela Igreja
Católica. Eram asilos, orfanatos, Santas Casas de Misericórdia e colégios
católicos. Era a ação assistencial ligada ao conceito de filantropia.
O
governo Getúlio Vargas, com a forte presença do Estado na economia, define o
momento do terceiro setor no Brasil. Utilizando o apoio destas entidades
filantrópicas, institui no país a lei que declara “utilidade pública“ para
estas entidades, em 1935. Em 1938, foi criado o Conselho Nacional de Serviço
Social (CNSS), que estabeleceu que as instituições nele inscritas pudessem
receber subsídios governamentais. A Igreja continua tendo papel importante na
prestação de serviços sociais, recebendo, em alguns casos, financiamentos do
Estado para as suas obras.
O
terceiro momento é caracterizado por uma intensa mobilização da sociedade
durante o Regime Militar conhecida por caráter filantrópico e assistencial.
Eram os “Movimentos Sociais“ que cresciam unidos às organizações comunitárias sendo os porta-vozes dos problemas sociais. Neste
momento surgem as organizações sem fins lucrativos ligadas à mobilização social.
Com
a redemocratização do país, a partir de 1980, e o declínio do modelo
intervencionista do Estado, foram focados e fortalecidos outros aspectos
fundamentais: a questão da cidadania e dos direitos fundamentais e passa, então,
a ser o foco das organizações sem fins lucrativos, configurando o quarto
momento da evolução histórica.
A
partir daí, o Terceiro Setor se
consolida, apesar da heterogeneidade das organizações que o compõe.
Portanto,
para responder a pergunta–título, fica mais consensual dizer que este modelo de
gestão compartilhado público- privado já é uma realidade que precisa de
aperfeiçoamentos.
O
INASE tem participado de forma presente e decisiva neste quarto momento. Ocupa a atenção à saúde em parcerias com os municípios
onde o poder público solicita e assume através de licitação pública os
contratos.
O modelo de gestão exige metas e prestações de
contas cumpridas a cada três meses a um Conselho do Município contratante, e a
renovação desta parceria fica ligada
diretamente a estes resultados.
Este
Instituto atua também na educação nas Ciências da Saúde. Inicia agora Cursos
livres, Educação a Distância ( a ser iniciado em 2014) e em breve o Mestrado Profissional. O INASE
contribui para o desenvolvimento da saúde e da educação, que caminham juntas na
formação de um país jovem, ágil e resolutivo.
É
o Terceiro Setor que avança construindo em parceria.
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