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terça-feira, 27 de maio de 2014

Os Autistas procuram um Movimento Mais Azul

Leslie Aloan, Presidente do INASE

Azul é a cor da saúde, e foi escolhida pela Instituição Autism Speaks, nos EUA, que propôs o Dia Mundial do Autismo à ONU. Azul também é a cor dos meninos, gênero onde o autismo tem uma incidência muito maior (4 a 4,5 meninos para 1 menina).
De acordo com Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos( 2014), cerca de 1 em cada 68 crianças, na idade de 8 anos, foram identificadas como portadoras do denominado grupo de desordens do autismo. Este número em 2000, era de 1 a cada 150 crianças. Estes dados claramente nos revelam um aumento, em 10 anos, de mais de 100% da prevalência do autismo nos EUA. Ainda foram detectados, entre 2006 e 2008, que 1 a cada 6 crianças possuíam alguma alteração de comportamento, que podia ser de leve a grave desenvolvimento intelectual, paralisia cerebral e autismo.
Esta condição do autismo ainda é vista pela população que não convive com esta realidade como uma alteração de relacionamento e dificuldade de afeto. Isto é verdade apenas nos casos mais leves, que são em torno de 50% dos casos. Os outros são portadores de distúrbios graves, com episódios de impulsividade, irritabilidade, intolerância à frustração, autoagressão inconsciente, sem o potencial instinto inato da auto proteção física, da sobrevivência.
Estes dados preocupantes também são verdadeiros entre nós. Estima-se que em torno de 1% da população seja portadora de algum grau de autismo. O estado do Rio de Janeiro tem, atualmente, cerca de 180 mil famílias com pessoas autistas, sendo a maioria delas sem acesso a qualquer tipo de diagnóstico e tratamento para o transtorno.
Esta verdade é de conhecimento dos legisladores e do governo do estado, que já elaboraram duas leis pertinentes, nestes últimos dois anos.
A Lei 6169/2012 determina a criação de dez centros regionais de tratamento ao autismo. Seriam espaços com profissionais de diversas áreas (psicologia, psiquiatria, pedagogia, entre outras), que identificariam e tratariam os diferentes níveis de autismo.
Em março de 2014, foi sancionada a Lei 6708, que determina as escolas públicas e particulares a reservarem duas vagas por turma para o aluno autista. A proposta é permitir o acesso de autistas à Educação, além de permitir a melhor inclusão deles à sociedade, com a educação inclusiva.
Temos propostas homologadas em leis estaduais, e a sociedade civil organizada está pronta para participar ativamente na operacionalização destes projetos. Existem Organizações específicas, prontas para oferecer o seu saber na matéria, com a  capacitação de profissionais, especialmente na área de Educação, para que possam identificar as características do autismo e, assim, encaminhar a criança à instituição especializada para tratamento.

Portanto, parece que começa a ficar mais azul o horizonte dos autistas.  

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