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quarta-feira, 4 de junho de 2014

O Tabagismo em pauta



Leslie Aloan, Presidente do INASE



Como médico e Presidente de uma Instituição que atua na área de saúde, entendo que este pronunciamento contra o tabagismo é de total relevância. Transcrevo aqui a conferência do Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva, da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

TABAGISMO – DOENÇA QUE TEM TRATAMENTO

         O conceito do tabagismo há mais de duas décadas saiu da antiga concepção de ser um hábito, um charme social, uma forma de encontrar companhia em situações de solidão, ou mesmo uma opção para enfrentamento das demandas do dia a dia. Hoje sabe-se que o tabagismo é doença de dependência da nicotina, concorrendo também outros fatores de natureza psicológica que podem dificultar parar de fumar.
A fumaça de cigarros contém mais de 4.700 substâncias químicas, sendo 200 destas tóxicas e prejudiciais para a saúde, e 50 com forte efeito cancerígeno. O setor respiratório é o mais diretamente atingido, mas as substâncias tóxicas circulam por todo o organismo vindo a causar danos e doenças. A irritação provocada por estas substâncias danosas costuma causar um processo inflamatório e alterações celulares em diversos locais, tendo como consequência mais de cinquenta doenças graves e fatais, que se constituem nas principais causas de mortalidade humana: cardiovasculares (principalmente infarto do miocárdio), câncer (de pulmão e outros locais), derrame cerebral, e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC, mais conhecida como enfisema e bronquite crônica).
O tabagismo causa 6 milhões de mortes no mundo, anualmente, pelas doenças tabaco-relacionadas (DNCT), sendo mais de 130 mil destas mortes no Brasil. Isto configura uma verdadeira epidemia, sem dúvida o maior flagelo da humanidade, que pode ser evitado e tratado.
O auxílio de médico, especialista ou não, constitui-se num grande apoio para conseguir parar de fumar, na medida que se avaliem diversos itens do perfil do paciente. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a base do tratamento, sendo sempre da máxima importância, pois auxilia nos aspectos da dependência psicológica. Medicamentos ajudam a diminuir a síndrome de abstinência – aquelas sensações e sintomas desagradáveis causados pela privação da substância nicotina.
Uma mensagem simples e direta para ficar na memória de todos os fumantes: “se você quiser parar de fumar, vai conseguir através de um programa baseado nas suas necessidades individuais”. Procure um pneumologista!
Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva
Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

 

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