Leslie Aloan, Presidente do INASE
A
história da Medicina relata a existência de médicos no Egito, como Imphotep,
médico e arquiteto do Rei Zozer que
teria vivido em torno de 2.600 a.C., e após a sua morte foi considerado o Deus da Cura.
Estes
conhecimentos foram obtidos de papiros que datam principalmente de 1.900 a
1.500 a.C. demonstrando que estes
médicos, por não possuírem o conhecimento das patologias, atribuíam-nas
a seres espirituais e o tratamento era feito com o emprego de poções mágicas
para afugentar estas entidades. O Deus
Bes era o ente solicitado nestas curas. No entanto, o conhecimento avançava
como fruto da educação e observação, registrados no famoso papiro Ebers, escrito por volta de 1.500 a.C., e descoberto em Tebas em 1870. Representa o
mais antigo compêndio médico conhecido do Egito, provavelmente da Humanidade.
A
palavra medicina vem do latim, ars medicina, que significa arte de curar. No entanto, a definição
de arte, desaparece nos grandes dicionários. Houaiss define ”considerada por alguns uma técnica e, por outros,
uma ciência”. O Dicionário Oxford da
Língua Inglesa define “ciência ou prática do diagnóstico, tratamento e
prevenção das doenças”.
No
III Milênio, estará a Medicina como arte realmente ultrapassada? Sucumbiu a tecnologia?
Se tornou simplesmente uma coleção de conhecimentos e habilidades de ordem
técnica?
Para
interpretar estas perguntas e tentar elucidar uma resposta, entendemos que toda
arte, não importa em qual dimensão, ou em que tempo, envolve: maestria, individualidade, humanidade.
Maestria
envolve mais do que experiência, conhecimento. Maestria representa mais
perícia, sabedoria, discernimento. Maestria envolve, ainda, humildade para
ouvir, aprender, estudar, questionar e mudar de opinião. Significa erudição,
sabedoria, saber, destreza, habilidade, mestria, perfeição, perícia, aptidão,
qualificação. Ser mestre na ampla acepção da palavra.
A
individualidade e a humanidade, só se entende caminhando juntas, focando com a
responsabilidade de alguém que não só decide, mas aplica a maestria, com sentimentos que não aprendeu na Escola Médica. A arte
depende dele, de compreender o indivíduo em toda a sua dimensão. Isso não se
aprende nos bancos acadêmicos. É intrínseco. É arte.
É
uma arte ter a capacidade de extrair a informação mais relevante dentro de um
emaranhado de sinais, sintomas e resultados de exames complementares para decisões
em relação ao tratamento, levando em consideração a realidade individual de
cada paciente.
Isto
ultrapassa o conhecimento da Ciência Médica, que fazem parte da rotina de um
médico. Desde 1980, quando aconteceu o primeiro estudo cooperativo, e abria o
Capítulo da “Medicina baseada em
evidências”, que subjugou por décadas a “Medicina baseada em experiências e na arte de tratar”.
Portanto,
a combinação de conhecimento, intuição, sensibilidade, compreensão e capacidade
de decisão, que define a Arte da Medicina e é tão ou mais importante que uma
forte base científica.
Isto se exemplifica
pela proporção de médicos envolvidos com a arte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário