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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Para Meditar

Leslie Aloan, Presidente do INASE

Do início do Período Paleolítico até os dias de hoje foram 600 mil anos. Este tempo foi o suficiente para ocorrerem perto de 30 mil gerações, já que a expectativa de vida era de 30 anos à época e à fertilização precoce. As últimas 10 mil gerações já foram fecundadas pelo Homo sapiens. Comparativamente, em 2012 anos da era cristã as gerações católicas não passam de 100, baseando-se na expectativa de vida que avançou de 30 a 77 anos no período. No Brasil, com 514 anos de existência e uma expectativa média de vida de 55 anos no século XVIII até os atuais 74 anos, não seríamos mais do que 25 gerações de brasileiros. Estas grandezas temporais são algo de difícil compreensão, mas ficam mais entendíveis colocadas desta forma.

Na explosão cósmica que formou a Terra há 4,6 bilhões de anos atrás, esta viagem luminosa a uma velocidade perto de 300.000 km/seg teria percorrido uma distância de 94.608 x 18 zeros quilômetros, ou seja, teria ultrapassado os limites do Universo conhecido pelo menos dois bilhões de anos atrás. Se existir um observatório em um ponto do Universo três vezes mais distante dos nossos limites conhecidos, os astrônomos deste espaço estarão  detectando a formação do nosso planeta neste exato momento.

As mudanças não foram percebidas por quem as fez. A evolução foi lenta e aconteceu sem memória documental. Hoje, embora tenuamente, podemos elaborar projeções de futuro e saber que de alguma forma participaremos delas. 

É algo assustador saber que o homem demorou 29 mil gerações para falar, e em mais apenas 1.000 gerações desenvolveu a escrita. Precisou de apenas mais 200 gerações para construir o Império Romano. Em mais oitenta gerações foi a Lua e enviou artefatos a outros planetas, desenvolveu as células tronco, desvendou o genoma humano e dominou o ciclo do átomo.  Além disso, aumenta a expectativa de vida em cinco meses a cada ano neste país.

A população do planeta rompeu a barreira dos sete bilhões de habitantes em primeiro de novembro de 2011.  Este fato acompanha revelações interessantes, talvez alarmantes, divulgados pela IBM: as 10 profissões indispensáveis nos dias de hoje, nem sequer existiam em 2004. Atualmente os estudantes estão sendo preparados para utilizar uma tecnologia que ainda não existe. Em 2004 a quantidade de informação técnica dobrava a cada dois anos e hoje este tempo foi reduzido para 72 horas.

Em 2020 estará em operação um computador pelo custo de 1.000 dólares, que excederá a capacidade computacional do cérebro humano, e em 2050, de toda a espécie humana.

Fica a reflexão. O que estará acontecendo nas próximas duas gerações, ou seja, em um futuro próximo, em 150 anos?

A velocidade exponencial do desenvolvimento humano se mostra imbatível na perspectiva atual. O que irá determinar a desaceleração do conhecimento? Catástrofes naturais produzidas pelo próprio homem? Epidemias incontroláveis? Mutações biológicas desfavoráveis? Alterações climáticas espontâneas? O desequilíbrio do Saber entre a máquina e o Homem?

Não estaremos aqui para responder, mas suponho que alguém fará isso.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A HISTÓRIA DA BEBIDA ALCOÓLICA NO MUNDO - PARTE II

Leslie A. Aloan, Presidente do INASE

Linha do Tempo

Macacos 40 milhões a.C.: aparentemente, os nossos antepassados comiam frutas apodrecidas, que, graças à fermentação natural, tinham 5% de álcool.

Pré-história - 8000-4000 a.C.: habitantes do norte da China inventaram uma bebida alcoólica feita de arroz. Na Mesopotâmia, os sumérios criam a cerveja – bem como uma deusa (Ninkasi) para homenageá-la. Ninkasi significa “aquela que enche a boca“. Filha de Enki, deus das águas doces, e de Ninti, deusa dos oceanos, ela foi uma das oito crianças concebidas pelo casal. Segundo as lendas, Enki e Ninti participaram da criação humana, usando seu próprio sangue no processo e modelando o homem na argila. Atribui-se também a Enki a “dica” que Noé obteve para fugir do dilúvio, mais precisamente por meio de um sussurro ao pé do seu ouvido. A cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no mundo atualmente.

Egito 3400-3100 a.C.: os egípcios montaram a primeira cervejaria do mundo. Os trabalhadores que construíram as pirâmides de Gizé bebiam todos os dias.

Grécia 700 a.C.: os gregos passam a beber vinho diluído com água para curar a ressaca.

Império Romano 270 a.C.: os soldados distribuem vinho para os povoados que encontram, embebedando e massacrando depois estes povos.

Hunos 446: liderados pelo temível Átila, invadem territórios romanos e destroem as vinícolas. A sua bebida preferida é o kumis, feita de leite fermentado com 2% de álcool.

Islâmicos 620: a religião restringe o consumo de álcool. No entanto, os cientistas do mundo islâmico inventaram o alambique, que é usado até hoje para fazer bebidas destiladas.

Vikings 850: espalham o terror na Europa, sempre bebendo uma cerveja escura, doce e bem forte, que tinha aproximadamente 9% de álcool (o dobro da comum).

Monges 1112: a Ordem dos Cistercianos monta uma vinícola em Borgonha, na França. Acabam se transformando eu uma multinacional do vinho, com mais de 250 monastérios.

Mesoamericanos séc. XVI: os astecas bebem o pulque, bebida produzida com folhas de agave, e só idosos podem tomar. Os incas preferem cerveja de milho, que dão até para crianças.

Brasileiros séc. XVII: os senhores de engenho começam a exportar cachaça, e os negros amotinados em quilombos aprendem a fabricá-la por conta própria.

Holandeses séc. XVII: inventam o gim, um destilado de cereais com altíssimo teor alcoólico (mais de 45%). A novidade gera uma explosão do alcoolismo na Europa.

Africanos séc. XVII_XVIII: entre 1680 e 1713, senhores tribais trocam 60 mil escravos por bebida alcoólica. Cada escravo é vendido por aproximadamente 86 litros de rum.

Revolução Industrial séc. XVIII-XIX: fabricada com novas tecnologias e em grande escala, a bebida fica mais barata. A cerveja é produzida em enormes tonéis, com até 500 mil litros de capacidade.

Depois disso tudo, alguém sabe por que as bolhas da cerveja parecem desafiar as leis da física, flutuando para baixo, em vez de para cima?

(Drink: A Cultural History of Alcohol Iain Gately, Gotham Books, 2008)


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A História da Bebida Alcoólica no Mundo - Parte I

Leslie A. Aloan, Presidente do INASE

Quem descreve este assunto de forma bastante agradável é o jornalista Bruno Garattoni, em artigo publicado na revista Superinteressante, de setembro de 2008, que passamos a sumarizar.
 Alguém, um dia, descobriu que era possível fazer novas plantas a partir das suas sementes. Assim nascia a agricultura e, com ela, a bebida.

A primeira poção alcoólica foi preparada na China, por volta do ano 8.000 a.C. A análise de jarros encontrados em Jiahu, no norte do país, mostrou que eles continham arroz, mel, uvas e um tipo de cereja, tudo fermentado. Não se sabe exatamente a graduação alcoólica dessa poção, mas uma experiência revelou pistas. “Fica entre a cerveja e o vinho”, revela o arqueólogo e químico Patrick McGovern, da Universidade da Pensilvânia, que reproduziu a receita em laboratório e achou o resultado um pouco amargo.

A civilização dos sumérios, no atual Iraque, aperfeiçoou a fórmula e criou 19 tipos de bebida alcoólica. Dezesseis deles à base de trigo e cevada, e assim foi criada a cerveja  há dois mil e quinhentos anos antes de Cristo. Era uma bebida de elite, para os aristocratas sumérios. No entanto, os trabalhadores braçais começaram a utilizar esta bebida. Cada um dos trabalhadores que construíram as pirâmides de Gizé, no Egito, ganhava 5 litros de cerveja por dia. Beber cerveja já havia se tornado um hábito comum. Então, a elite começou a migrar para outro tipo de bebida alcoólica: o vinho. O rei Tutancâmon, que morreu em 1.300 a.C., foi sepultado com 26 jarras de vinho, de 15 tipos diferentes.

“Por volta do ano 1.000 a.C., o álcool já era consumido por todas as civilizações, da África à Ásia”, afirma o inglês Iain Gately em seu livro Drink: A Cultural History of Alcohol. Os gregos cultivavam nada menos que 60 variedades de vinho.

Em Roma, o vinho adquiriu relevância geopolítica. Ele passou a ser produzido em grande escala. Ele também era considerado um remédio.

No século XIV, a peste negra se espalhava pela Europa, matando 90% das pessoas que infectava. Mas, quando a epidemia chegou à cidade de Oudenburg, na Bélgica, o abade local proibiu o consumo de água e obrigou os cristãos a beber só cerveja. E muitos deles sobreviveram à peste (pois a cerveja, graças ao álcool, era menos contaminada que a água). O abade foi canonizado, e virou o padroeiro da cerveja – Santo Arnoldo.

Com o fim da epidemia, a Europa se recuperou e começaram as Grandes Navegações. Nelas, mais uma vez, o álcool teve um papel central. A expedição comandada pelo português Fernão de Magalhães conseguiu dar, pela primeira vez na história, uma volta completa no globo terrestre. Magalhães investiu mais em bebida do que em armas, e sua esquadra de 5 navios carregava um gigantesco suprimento de vinho (cujo valor seria suficiente para comprar mais duas caravelas).
O navio Arbella, no qual os ingleses foram colonizar a América, levava inacreditáveis 40 mil litros de cerveja e 40 mil litros de vinho - e acreditem - apenas 12 mil litros de água. Era o grande segredo dos navegadores.

Em torno do século XVII, a produção de cachaça foi proibida no Brasil, visto que Portugal queria garantir o mercado local para seus vinhos. Então, os senhores de engenho começaram a exportar, clandestinamente, a bebida para Angola, trocando por escravos. Os ingleses também faziam isso. Em 45 anos, trocaram 5,2 milhões de litros de bebida por 60 mil escravos, a um valor per capita de 86 litros de rum, o que dá aproximadamente R$ 1.000,00 em valores atuais.

Teve influência na Independência dos EEUU. Em 1764, a Inglaterra restringiu o comércio de bebida alcoólica, que os colonos americanos importavam e exportavam em grande quantidade. A insatisfação americana explodiu 11 anos mais tarde, liderada pelo general George Washington, dono de uma fábrica de uísque, independente de suas posições políticas. Cada soldado americano, durante o combate, tomava 1 litro de rum por dia. Em 1776, a Declaração de Independência dos EUA foi escrita por Thomas Jefferson num bar, e o primeiro a assiná-la foi um contrabandista de vinho, John Hancock.

A Revolução Industrial mudou completamente a fabricação de bebidas: elas ficaram mais baratas e passaram a ser produzidas em enorme quantidade. Em 1830, cada americano consumia o equivalente a 10 litros de álcool puro por ano, nível superior ao de hoje (8,5 litros), ou seja, 250 litros de cerveja ou 90 de vinho. Foi aí que o alcoolismo, até então apenas uma inconveniência, passou a ser visto como doença séria, e surgiram as primeiras campanhas e associações contra a bebida, que rapidamente conquistaram milhares de adeptos nos EUA.

No século XVI, a Inglaterra tinha 16 mil bares - o equivalente a um bar para cada 187 habitantes. Hoje, existe apenas um bar para cada 529 pessoas.

No mundo, cada pessoa consome em média 5 litros de álcool puro por ano - o equivalente a 125 litros de cerveja, 45 litros de vinho e 12,5 litros de vodca.

A Declaração de Independência dos EUA, no século XVIII, foi escrita num bar.

Não se tem notícias sobre o teor alcoólico dos personagens da nossa Independência, à época.

Os países onde mais se bebe são: República Checa (cerveja) França (vinho) Moldávia (vodca e destilados).

A Cultural History of Alcohol (Iain Gately), Gotham Books, 2008.


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Inase destaca Conferência Internacional sobre Pressão Arterial e Diabetes

“Peru também enfrenta epidemia de hipertensão arterial”
Alerta é do presidente da Sociedade Peruana de Cardiologia, durante a primeira conferência internacional promovida pelo Inase
A primeira conferência internacional promovida pelo Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (Inase) revelou semelhanças entre Peru e Brasil. Ambos os países enfrentam uma epidemia de hipertensão arterial com a necessidade de campanhas de prevenção mais efetivas e frequentes, visando alertar às populações. “No Peru, um a cada três pacientes sofre de hipertensão arterial”, afirmou o presidente da Sociedade Peruana de Cardiologia, Dr. Juan Vlásica Carlos, durante o evento realizado no último sábado (6), na Barra da Tijuca.
Em sua palestra, Dr. Juan apresentou um breve resumo do estudo Cinco anos de acompanhamento de Hipertensão, Diabetes e Dislipidemia no Peru, em cidades da costa, selva e montanhas, no qual ficou constado que moradores das três regiões do país – costa, selva e montanhas – têm hipertensão, com prevalência entre homens.
Assim como ocorre no Brasil, fatores socioambientais são responsáveis pelo crescimento do número de hipertensos no Peru. “Consumo excessivo de sal, o estresse, a ociosidade e maus hábitos alimentares são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão”, disse o palestrante.
Solícito, Dr. Juan Vlásica posou para fotos com o público ao fim do encontro, prestigiado pelo presidente do Inase, Dr. Leslie Aloan, o vice-presidente André Alonso e o diretor Carlos Augusto Baptista. “Foi uma excelente explanação do querido e competente professor Juan, que confirmou a necessidade de maior envolvimento de governos, profissionais de saúde, sociedade civil e setor privado, para promover campanhas de conscientização e reduzir o impacto da hipertensão arterial”, destacou Dr. Aloan.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Inase promove Conferência Internacional sobre Pressão Arterial e Diabetes

Encontro, no próximo dia 6 de setembro, terá como palestrante 
convidado o presidente da Sociedade Peruana de Cardiologia. 
Evento é aberto ao público em geral

A direção do Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (Inase) promoverá no próximo sábado, 6 de setembro, uma conferência internacional sobre Hipertensão Arterial e Diabetes. O encontro, aberto ao público em geral, será realizado a partir das 10h, em auditório na sede do Inase, na Barra da Tijuca. Conferencista convidado, o presidente da Sociedade Peruana de Cardiologia, Dr. Juan Vlásica Carlos, desenvolverá a palestra “Cinco anos de acompanhamento de Hipertensão, Diabetes e Dislipidemia no Peru, em cidades da costa, selva e montanhas.”

No evento coordenado pelo presidente do Inase, cardiologista Leslie Aloan, também serão abordados a influência que o cigarro, sedentarismo, obesidade, má alimentação e álcool têm sobre a hipertensão e diabetes. Aliás, esses são os principais fatores que colaboram para o aumento dos casos das doenças.

De acordo com o Ministério da Saúde, após a violência e os acidentes, as doenças mais prevalentes na população brasileira são a hipertensão e o diabetes. Atualmente, a hipertensão arterial atinge quase um quarto da população brasileira. A Organização Mundial da Saúde também alerta para uma epidemia mundial de hipertensão. Dados da OMS indicam que mais de uma em cada três pessoas têm pressão alta.

“A hipertensão constitui um problema de saúde pública, contribui para a maioria dos casos de doença cardiovascular, derrame, falência dos rins, invalidez e morte prematura. Essa conferência internacional que será promovida pelo Inase é uma forma de alertar sobre a doença conjuntamente com o diabetes. Sabemos da importância de união dos governos, profissionais de saúde, sociedade civil e setor privado, para reduzir o impacto do problema no mundo”, explica Dr. Leslie Aloan.

A orientação é que a população combata o risco de desenvolver pressão alta e diabetes por meio de ações como reduzir a ingestão de sal e açúcar; comer de forma balanceada; evitar o consumo nocivo do álcool; praticar atividade física; e evitar o fumo.

A Conferência é gratuita e aberta ao público em geral. O Inase fica na Avenida Ayrton Senna, 3000, bloco 1, Shopping Via Parque, Barra da Tijuca. Inscrições, gratuitas, podem ser feitas através dos telefones (21) 3268-8638 ou (21) 3268-8623. O auditório tem capacidade para 60 pessoas.
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