Leslie
Aloan, Presidente do INASE
Como cardiologista
contemporâneo do grande mestre Adib
Jatene, vai aqui uma homenagem do INASE àquele que foi para a Cardiologia
brasileira um marco e uma referência. Adib Jatene foi um dos maiores
nomes do movimento sanitário brasileiro e um dos pioneiros da cirurgia cardíaca
no Brasil. Jatene foi secretário de Saúde do estado de São Paulo e duas vezes
ministro da Saúde, nos períodos de 1992 e 1995-1996. Como ministro da Saúde,
deu seguimento ao projeto dos medicamentos genéricos e do programa de combate à
AIDS, com o fornecimento do coquetel de remédios gratuitos. Mostrou preocupação
permanente em disciplinar e sanear o Sistema Único de Saúde (SUS) e em elaborar
o projeto de lei regulamentando a atuação das administradoras de planos de
saúde.
Nascido em Xapuri, Acre, Adib Domingos Jatene graduou-se em Medicina em 1953, aos 23 anos,
pela Universidade de São Paulo (USP), e cursou pós-graduação no Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP.
Jatene afirmava que seu
projeto, enquanto ministro, era voltado para a prevenção, imunização, saneamento
básico e educação sanitária.
Dentre suas inúmeras
contribuições à saúde pública, destaca-se a sua participação na criação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(CONASS), presidido por ele nos anos de 1982 e 1983, e a implementação do
trabalho dos agentes comunitários de saúde.
“A marca do SUS é a prevenção. O programa Saúde da Família é o que existe de mais
moderno em prevenção, porque nós fizemos o Programa Saúde da Família baseado no
Agente Comunitário. Hoje em dia muita gente pensa que é no médico, não no
médico, que mora onde moram mais ou menos 200 famílias. Ele cadastra essas
famílias e vê quem tem doenças crônicas, diabetes, tuberculose, hipertensão, as
grávidas, a caderneta de vacinação das crianças. Esse é o programa que
estruturaria o atendimento básico. Claro que entre 5 a 6 agentes comunitários
precisa se colocar uma equipe multidisciplinar (…). Esse é o primeiro problema
que está caminhando, nós já temos metade da população brasileira coberta com o
programa. Tem problemas porque muitas vezes o programa foi politizado, muitas
vezes nos pequenos municípios do interior. Tem dificuldades, mas dá para
arrumar...”.
Esse era tipicamente o
grande médico e gestor, que na sua tranquilidade geria os sérios problemas da
saúde do país, e que no último dia 14 nos deixou. A ele nosso respeito e
admiração.
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