Hoje, dia 2, é comemorado o Dia da Conscientização sobre o Autismo. Essa
é a nossa contribuição.
Azul é a cor da saúde, e foi escolhida pela Instituição Autism Speaks,
nos EUA, que propôs o Dia Mundial do Autismo à ONU. Azul também é a cor dos
meninos, gênero onde o autismo tem uma incidência muito maior (4 a 4,5 meninos
para 1 menina).
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados
Unidos (2014), cerca de 1 em cada 68 crianças, na idade de 8 anos, foram
identificadas como portadoras do denominado grupo de desordens do autismo. Este
número, em 2000, era de 1 a cada 150 crianças. Estes dados claramente nos
revelam um aumento, em 10 anos, de mais de 100% da prevalência do autismo nos
EUA. Ainda foram detectados, entre 2006 e 2008, que 1 a cada 6 crianças
possuíam alguma alteração de comportamento, que podia ser de leve a grave
desenvolvimento intelectual, paralisia cerebral e autismo.
Esta condição do autismo ainda é vista pela população que não convive
com esta realidade como uma alteração de relacionamento e dificuldade de afeto.
Isto é verdade apenas nos casos mais leves, que são em torno dos 50%. Os outros
são portadores de distúrbios graves, com episódios de impulsividade,
irritabilidade, intolerância à frustração, autoagressão inconsciente, sem o
potencial instinto inato da autoproteção física, da sobrevivência.
Estes dados preocupantes também são verdadeiros entre nós. Estima-se que
cerca de 1% da população seja portadora de algum grau de autismo. O estado do
Rio de Janeiro tem, atualmente, cerca de 180 mil famílias com pessoas autistas,
sendo a maioria delas sem acesso a qualquer tipo de diagnóstico e tratamento
para o transtorno.
Esta verdade é de conhecimento dos legisladores e do governo do estado,
que já elaboraram duas leis pertinentes, nestes últimos dois anos.
A Lei 6169/2012 determina a criação de dez centros regionais de
tratamento ao autismo. Seriam espaços com profissionais de diversas áreas
(psicologia, psiquiatria, pedagogia, entre outras), que identificariam e
tratariam os diferentes níveis de autismo.
Em março de 2014, foi sancionada a Lei 6708, que determina que as
escolas públicas e particulares a reservem duas vagas por turma para o aluno
autista. A proposta é permitir o acesso de autistas à Educação, além de permitir
a melhor inclusão deles à sociedade, com a educação inclusiva.
Temos propostas homologadas em leis estaduais, e a sociedade civil
organizada está pronta para participar ativamente na operacionalização destes
projetos. Existem Organizações específicas, prontas para oferecer o seu saber
na matéria, com a capacitação de profissionais, especialmente na área de
Educação, para que possam identificar as características do autismo e, assim,
encaminhar a criança à instituição especializada para tratamento.
Portanto, parece que começa a ficar mais azul o horizonte dos autistas.
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